Cursos gratuitos para pessoas com deficiência motora na Escola São Paulo

Na esteira da criação da Casa do Saber, outros locais oferecendo cursos culturais de muito boa qualidade apareceram em São Paulo. Um deles é a Escola São Paulo, que fica na Rua Augusta, 2239. A escola oferece cursos de arquitetura, artes visuais, cinema, design, fotografia, gastronomia, literatura, moda etc., com duração de até um ano. 

A Escola também promove cursos gratuitos, inclusive para pessoas com deficiência motora. Nos meses de maio e junho deste ano, por exemplo, foram três os cursos oferecidos: de História da Arte, de criação de blogues e de História da Moda. 

Isso foi possível graças à Escola e a Indra, que desenvolveram em parceria um programa de formação e integração cultural com uso de novas tecnologias acessíveis a pessoas com deficiência motora. A iniciativa que utiliza os softwares HeadMouse e Teclado Virtual, ambos com download gratuito no site da Escola, permitindo o acesso à programas de formação em arte e tecnologia, através dos meios digitais para alunos com deficiência física severa (tetraplegia e outras similares que permitem apenas movimentos da face e cabeça).

O HeadMouse, desenvolvido pela Indra em parceria com a Universidade de Lleida na Espanha, possibilita a utilização do computador a partir do reconhecimento dos movimentos da face e da cabeça captados por uma webcam. O Teclado Virtual possibilita escrever textos no computador através de um teclado otimizado que aparece na tela do computador ativado por impulsos motores por meio do HeadMouse.

O objetivo do programa é promover a integração das pessoas deficientes aumentando suas possibilidades de convívio e atuação social com o uso da tecnologia integrada à um programa cultural de formação.

QUER PARTICIPAR? INCREVA-SE:

Pelo telefone (11) 3060 3636 ou na Escola São Paulo.

Dicas de passeios com acessibilidade

Todos aqueles que têm alguma dificuldade de locomoção ou mesmo algum outro tipo de deficiência sofrem com a falta de locais plenamente acessíveis. Por isso, segue abaixo uma relação de alguns lugares em São Paulo que estão devidamente preparados para tanto:

Centro Cultural Vergueiro

Piso podotátil, rampas e biblioteca em braille.

R. Vergueiro, 1.000, Paraíso, tel. 3397-4002.

www.centrocultural.sp.gov.br 

Cinermark Villa Lobos

Espaço reservado a cadeirantes na parte de trás da sala.

Av.das Nações Unidas, 4.777, Piso Lazer, tel. 3024-3860

www.cinemark.com.br 

Jardim Botânico

Passeio no Jardim dos Sentidos – há carros elétricos para quem tem dificuldade de locomoção.

Av. Miguel Stéfano, 3.031, Água Funda, tel. 5073-6300

www.ibot.sp.gov.br 

Mercado Municipal

Pistas podotáteis e elevadores para o mezanino.

R. da Cantareira, 306, Parque Dom Pedro II, tel. 3326-6664

www.mercadomunicipal.com.br 

Museu da Língua Portuguesa

Audiodescrição e intérprete de linguagem de sinais (libras).

Praça da Luz, s/no, Luz, tel. 3326-0775

www.museudalinguaportuguesa.org.br 

Museu do Futebol

Acesso a cadeirantes, piso podotátil e intérprete de libras.

Praça Charles Miller, s/no, Pacaembu, tel. 3663-3848

www.museudofutebol.com.br 

Parque da Juventude

Acessibilidade universal e biblioteca adaptada.

Av. Zaki Narchi, 1.309, Santana, tel. 2251-2706

www.sejel.sp.gov.br/parquedajuventude 

Parque Villa Lobos

Acessibilidade universal, com rampas sobre gramados.

Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 2.001, Alto de Pinheiros, tel. 3023-0316

www.ambiente.sp.gov.br/parquevillalobos 

Pinacoteca

Galeria Tátil de Esculturas Brasileiras, material de apoio em braille e audioguia. Visitas orientadas ao acervo, com agendamento prévio.

Praça da Luz, 2, Luz, tel. 3324-0945

www.pinacoteca.org.br 

Teatro Vivo

Peças com audiodescrição e legendas. Deficientes auditivos e visuais devem se cadastrar e chegar 30 minutos antes.

Av. Dr. Chucri Zaidan, 860, Morumbi, tel. 2626-0867

www.vivo.art.br 

Theatro São Pedro

Óperas com audiodescrição. Limite de 15 pares de ingresso para pessoas com deficiência por espetáculo.

R. Barra Funda, 171, Barra Funda, tel. 3667-0499

www.apaacultural.org.br/saopedro

Dica de filme: "A Partida"

Embora a minha torcida tenha sido para o filme israelense "Valsa com Bashir", foi "A Partida", o filme do diretor japonês Yojiro Takita, que venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2009. De qualquer maneira, o filme tem seus méritos e, se você ainda não o viu, irá gostar da experiência.

O filme conta a história de um músico, Daigo Kobayashi (Masahiro Motoki), que, a muito custo e depois de vários anos de estudo e dedicação, consegue uma vaga em uma orquestra para tocar violoncelo. Mas a orquestra acaba sendo dissolvida e, sem outra alternativa, Daigo vende o violoncelo e volta para a sua cidade natal com a esposa Mika (Ryoko Yoshiyuki), para morar na casa que a sua mãe lhe deixou.

Sem saber direito o que fazer da vida, Daigo acaba aceitando um emprego muito bem remunerado, descobrindo posteriormente que a sua função será ajudar um "Nokanshi", uma espécie de agente funerário religioso que prepara o corpo do morto para a entrada na próxima vida. O ritual, que é assistido pelos familiares do morto, consiste em lavar o corpo, vesti-lo, maquiá-lo e colocá-lo no caixão.

No princípio, Daigo não consegue lidar com a situação, mesmo porque nunca antes havia visto uma pessoa morta, nem mesmo a sua mãe. Com o tempo e apesar do preconceito da sociedade local e de sua própria esposa, Daigo começa a ganhar gosto pela nova profissão, pois acaba percebendo o quanto o ritual é importante não só para os familiares do falecido, mas também para ele próprio, que assim acaba se reconciliando com o seu passado.

O filme mostra que a felicidade profissional pode estar em algum lugar totalmente insuspeito. Enfoca também a necessidade de compreensão que deve haver entre marido e esposa e de reconciliação com o passado, deixa clara a importância dos ritos de passagem dessa vida para a outra e, sobretudo, demonstra como um valor que perpassa todas essas questões, mas do qual muitos se esquecem, é essencial: o respeito. O respeito que se deve ter com os outros, sejam eles vivos ou mortos, e também consigo mesmo.

Por Márcia Bulle

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